quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Você acha que não deveria haver mais família? E em caso afirmativo, por quê?

O que eu acho que não deve existir é esse conceito restritivo de família. É preciso que se adote uma noção ampla de família e não apenas essa de pai, mãe e filhos. Para começar, e isso já está acontecendo, a família pode não ter mães, mas só pais ou não ter pais, mas só mães. Além disso pode ter mais de um pai e/ou mais de uma mãe. Estou me referindo à família celular e não ao conjunto agregado de tios, tias, primos, primas, avós e outros. A célula familiar é o conjunto de pessoas que proveem a manutenção da vida do grupo, por meio da contribuição econômica e laboral de todos no projeto comum de vida do grupo. Mesmo que não residam todos no mesmo lugar, mas que o conjunto de lugares em que residam forme um único lar. São as pessoas que cuidam umas das outras em suas atividades cotidianas de providenciar comida, vestimentos limpos, casa arrumada, educação das crianças, compartilhamento de afazeres, de atividades de lazer, bem como de relacionamento romântico e sexual. Isso é que eu acho que não precisa ficar restrito a um grupo composto só de pai, mãe e filhos, podendo ser ampliado. Isso é que é família, no meu entendimento. Pode, também, incluir noras e genros, inclusive mais de uma ou de um para cada filho, bem como netos e netas. Um grupamento assim é muito melhor, não só para o compartilhamento geral da vida em comum, como também para um enxugamento econômico dos custos de manutenção coletiva do grupo. Isso já seria um mini-falanstério. Os falanstérios seriam grupamentos mais amplos, envolvendo várias famílias (nesse sentido proposto), que compartilhariam um único edifício residencial, com várias atividades comunitárias, como refeitório, cozinha, vestuário, lavanderia, creche, ambulatório, salas de lazer, espaço para atividades físicas (piscina e quadras, por exemplo), biblioteca, videoteca, fonoteca, horta, pomar, jardim, garagem para veículos coletivos, oficinas de conserto de tudo e até, se for o caso, capela plurirreligiosa.

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