domingo, 21 de abril de 2013

E se o caos ao invés de ser a ausência de ordem, for a coexistência de todas as ordens possíveis? Livre interpretação.

Não há como distinguir uma superposição de todas as ordens possíveis da desordem total. Exemplifiquemos pelo som. Um som melodioso e harmônico é a superposição de tons monofrequenciais em número finito ou de modo que a amplitude dos harmônicos de ordem superior tenha limite nulo. Assim se terá uma onda composta que exibirá uma envoltória que possui uma certa frequência. Mas se todos os componentes tiverem amplitudes grandes e o número deles for muito elevado, o som resultante será um ruído, isto é, um som que não exibe uma frequência dentro da faixa auditiva. Do mesmo modo a superposição de qualquer tipo de ordem, no tempo ou no espaço, em número muito grande, com nenhuma tendência de limite nulo a partir de certo ponto, não vai apresentar ordem nenhuma, isto é, será o caos. É possível se fazer uma análise do caos em contribuições ordenadas até certo ponto, sempre deixando um resíduo que ainda seja caótico. Tal tipo de comportamento é o que exibe, por exemplo, as órbitas dos asteroides, apesar de cada um obedecer leis determinísticas, que são as da gravitação universal e a segunda lei de Newton (uma vez que os aspectos quânticos e relativísticos não se apresentam). Mas acontece que o número deles é tão grande que a superposição das interações de cada um com todos os outros e com o Sol e os demais planetas e luas, conduz ao comportamento caótico. Note que isso acontece porque o número é grande, mas não tanto que admita o tratamento estatístico, como é o caso das partículas de um gás.

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