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domingo, 21 de abril de 2013
Ser assassinado é um risco de se viver em sociedade ou se vive em sociedade justamente para que se evite isto? seria o crime capital um produto da sociedade ou uma prova de que a sociedade onde ele existe ainda é relativamente selvagem?
Vive-se em sociedade para se evitar crimes, para que as pessoas colaborem umas com as outras, para que as incumbências sejam distribuídas e todos não precisem fazer todas as coisas, permitindo que muito mais coisas sejam feitas. A existência de crimes, não apenas homicídio, mas qualquer um, se deve a que a sociedade ainda não é completamente civilizada. O homem tem mais de duzentos mil anos de existência e a sociedade, talvez só uns dez mil. Isto é pouco. Nossos instintos foram forjados pela evolução, desde os pré-humanos, ao longo de uns quatro milhões de anos. E eles são belicosos e egoístas. A evolução ainda não teve tempo de se adaptar à civilização, além do que, a própria civilização inibe a evolução, por não impedir os menos adaptados a ela de se reproduzirem. A não ser que se esterilize quem tiver tendências criminosas. Mas a eugenia é um perigo muito grande e não pode ser praticada, de modo nenhum. Assim, temos que confiar na educação, no crescimento geral da prosperidade e na eficiência e eficácia do sistema jurídico e penal, para que a criminalidade seja extinta. No meu entendimento, isso poderá ocorrer em menos de mil anos, se se fizer um esforço concentrado e um investimento formidável de recursos para tal. Especialmente na erradicação da pobreza e da ignorância, além da doença. Para tal é preciso que as pessoas que tenham essa consciência ajam politicamente e socialmente nesse sentido, dedicando parte de seu tempo, esforços e dinheiro, a fundo perdido, em termos de retorno financeiro, para a consecução desse objetivo, qual seja, fazer o mundo civilizado mesmo.
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