domingo, 21 de abril de 2013

Espancar criança é algo ruim na maioria das sociedades.Não estou dizendo que é um valor objetivo,mas que a maioria concorda que seja algo ruim.Como se dá a evolução da moral para que ela seja aceita pela maioria?

A moral, como corpo de normas prescritivas do que seja permitido ou proibido em um estrato social em dada época e lugar (há controvérsias sobre essa concepção, mas é a que eu aceito, formulada pelos enciclopedistas franceses) é formulada, principalmente, pela liderança detentora do poder e formadora de opinião. Mas ela não pode ir totalmente contra os clamores do grupo a que se volta, senão as normas são rejeitadas. Assim, algum costume, atitude ou ação considerada imoral em um tempo e lugar, poderá não mais ser em outro tempo, no mesmo lugar, ou em outro lugar, no mesmo tempo. Ou em outro estrato social. Por exemplo, essa questão de bater em criança não era considerada imoral há certo tempo aqui no ocidente, mas está passando a ser, em razão do trabalho dos psicólogos, pedagogos e pediatras. Da mesma forma, a perda da virgindade, especialmente das moças, fora do casamento, era tida como imoral e hoje não é mais. Pelo menos no ocidente. Ou os relacionamento homossexuais. Isso poderá vir a ocorrer, em pouco tempo, com a poligamia. Note que a moral, mesmo sendo relativa ao lugar, tempo e estrato social, não é individual. Assim, atualmente, uma mulher que tenha mais de um marido ou um homem que tenha mais de uma mulher, assumidamente e às claras, é tido como imoral, mesmo que todos os envolvidos estejam de acordo e ninguém esteja sofrendo ou sendo prejudicado. Uma questão totalmente diferente é a ética. Esta já cuida do que seja certo ou errado, independentemente da época, lugar e estrato social. Ela parte da reflexão filosófica sobre que tipo de costume, atitude, comportamento ou ação são prejudiciais aos outros, mesmo que benéficos ao autor. Esses não são éticos, mesmo que não sejam imorais. Reciprocamente, como no caso da poligamia, há imoralidades que não têm problema ético nenhum.

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