sábado, 11 de maio de 2013

Professor, muitos religiosos costumam falar que Deus não é pessoal nem impessoal, que está além da existência e do ser. Estas coisas não tem o menor cabimento! O que os faz pensar que há algo além de claras dicotomias, em uma teologia apofática?

Isso é a mais completa besteira. Algo que não seja nada e não exista, simplesmente é só uma ideia abstrata, não uma realidade. De fato, Deus é isso. Um conceito não correspondente a nada real. Se se pretende que Deus seja algo real, então tem que ser alguma coisa e existir. E se é algo que existe, então, ou é uma pessoa ou não é, porque não existe nada que possa ser e, ao mesmo tempo, não ser uma pessoa. Ter essa concepção de Deus e pretender que seja algo real, sem existir e sem ser um ser é totalmente estapafúrdio. A noção deísta e teísta é de que Deus seja um ser, extrínseco ao Universo, que existe. A noção panteísta é de que seja o próprio Universo e a panenteísta é de que o Universo esteja contido em Deus, que, todavia, o suplanta. A noção apofática de conceber Deus a partir do que ele não seja, não é capaz de conceber algo que seja real. Por outro lado, a noção catafática de conceber Deus pelo que ele seja (onipotente, onipresente, onisciente, onibenevolente) traz sérias incoerências, apontadas há milênios por Epícuro.

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