terça-feira, 21 de novembro de 2017

Tenho a impressão que o homem é insaciável. Se pudesse ter duas, dali a pouco queria a terceira, etc. Já vi que divergimos neste ponto. Nem você consegue me convencer nem eu o convenço. Acho que é normal duas pessoas divergirem em certas coisas. De qualquer forma, agradeço pela atenção.

Não é não. Se os relacionamentos amorosos forem algo completamente livre e desimpedido entre qualquer mulher e qualquer homem (ou entre mulheres e entre homens), sem nenhum constrangimento, nenhuma reprovação social, inteiramente consentido pelas pessoas e pela sociedade, haja ou não qualquer tipo de compromisso, então não haveria nenhuma necessidade de se buscar múltiplas relações, pois elas estariam sempre disponíveis para todos. Aí as pessoas se focariam naquelas que lhes conferissem a maior satisfação, mesmo que, quando quisessem, pudessem enveredar por outras sem o menor problema e sem nenhuma objeção por parte das pessoas com quem mantivessem as relações mais estáveis. Tal situação é a ideal em uma sociedade inteiramente libertária. O importante, em tudo isso, é que toda relação romântica e/ou erótica não possa ser, de modo nenhum, vinculada a qualquer tipo de dependência, como a econômica ou de outra ordem. As pessoas só podem se unir gamicamente por fruição do prazer de assim estarem, nada mais. Cada um tem que ser capaz de prover-se a si próprio sem depender de ninguém, exceto as crianças que dependerão dos pais e os velhos, que dependerão dos filhos. Mas, em uma sociedade suficientemente civilizada, todo adulto é pai e mãe de toda criança e filho e filha de todo velho e velha. Ou seja, a sociedade como um todo sempre cuidará de suas crianças e de seus velhos. E os adultos cuidarão sempre uns dos outros, sem nenhuma obrigação de assim o fazerem mas porque assim o querem.

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